Atenção, leia até o fim, são cuidados muito importantes para a sua     saúde e da sua família.             7 hábitos domésticos que podem deixar você doente.             Pequenas atitudes podem resultar em uma proliferação de micro-organismos que     você não vê, mas que terá grande impacto sobre a saúde da sua família. Para     evitar riscos, aprenda a se defender.      por Rita Trevisan / Ilustração Cecília Andrade                          |                   |                   Há muito tempo, que o biomédico Roberto Figueiredo     - ou "Dr. Bactéria" - vem se empenhado em mostrar que, mesmo no     aconchego do lar, vários inimigos estão à espreita. Expert em higiene, ele     já provou que todo o cuidado com os micro-organismos (que vivem em nossa     casa) é pouco. "Essas bactérias e fungos podem ser responsáveis por     sérias infecções gastrointestinais, quadros de alergia e problemas     respiratórios, como a asma", afirma. Eliminar esses vilões por     completo é impossível. Porém, impedir que se reproduzam em todos os cômodos     da casa é um desafio que está ao nosso alcance. Com a ajuda do biomédico e     de outros especialistas no assunto, a VivaSaúde chegou aos sete hábitos     mais perigosos, que fazem parte da rotina doméstica e que aumentam muito o     risco de doenças. Proteja-se!                  1 Não lavar regularmente cortinas e tapetes       "Esses são ambientes propícios para o acúmulo de sujeira,     possibilitando o crescimento e a multiplicação dos ácaros", diz a     farmacêutica bioquímica Inneke Marie Van Der Heijden, professora de     Microbiologia da Faculdade de Medicina do ABC.             O que você precisa mudar: Mantenha a casa arejada e, se possível, lave tapetes e cortinas     mensalmente. "O intervalo máximo para a limpeza deve ser de três     meses", adverte Inneke.                        2 Usar por muito tempo travesseiros, edredons e cobertores       "Para se ter uma ideia, de 20 a 25% do peso de um travesseiro com mais     de dois anos de uso é formado por ácaros vivos e mortos e pelas fezes     desses micro-organismos, que estão ali acumulados. Por isso, quem tem     alergia ou problemas respiratórios normalmente já acorda mal, espirrando ou     com coceira no nariz", esclarece o biomédico Roberto Figueiredo.       Da mesma forma, os edredons e cobertores podem ser alvo de fungos e     bactérias. "Cerca de 80% da poeira doméstica é formada pela descamação     da pele humana. Os resíduos, que se acumulam com facilidade nos tecidos,     servem de alimento aos micro-organismos. Pior, ainda, se cobertor e edredom     estiverem dobrados dentro do armário, sem uso. Aí, irão absorver também a     umidade ambiente", explica Figueiredo.                        O que você precisa mudar: Deixe o quarto o mais arejado possível, durante o dia. Troque os     travesseiros pelo menos a cada 2 anos, e prefira os modelos de látex aos de     pena de ganso. Lençóis, cobertores e edredons devem ser lavados     semanalmente. "Deixá-los no sol também é uma boa pedida", garante     Inneke. E, na temporada de verão, guarde-os limpos e acondicionados em     sacos plásticos.                        3 Errar na limpeza do chão       Todos os aspiradores possuem um filtro que segura a sujeira. Porém, se ele     não for limpo e trocado no prazo indicado pelo fabricante, ficará     impossibilitado de reter a poeira, devolvendo-a ao ambiente. O pó que sobe     e se deposita de novo no solo é um veneno para os portadores de doenças     respiratórias. Também existe o risco de infecção pelo uso inadequado de     panos de chão embebidos em substâncias como detergente, sabão em pó,     desinfetante e água sanitária.                        O que você precisa mudar: "Para aspirar, prefira um produto que contenha um elemento     filtrante chamado 'hepa', que torna o aparelho mais seguro", explica o     biomédico. Limpar o filtro depois do uso, e trocá-lo, de acordo com as     instruções do fabricante, são outras medidas importantes. Por fim, mesmo     depois de aspirar os cômodos, o ideal é complementar a limpeza com um pano     úmido. Passe primeiro um pano, molhado em uma solução de água e detergente.     Depois, enxágue com pano úmido. Em outro balde, misture 2 colheres (sopa)     de água sanitária com 1      litro de água. Então, passe no chão e deixe secar,     sem enxaguar. Assim é que as bactérias serão eliminadas.                        4 Não higienizar nem trocar a esponja de cozinha       Úmida, e com restos de alimentos, ela é uma espécie de hotel cinco estrelas     para as bactérias mais perigosas, capazes de transmitir diversos tipos de     intoxicação alimentar.                        O que você precisa mudar: O ideal é higienizá-la no final do dia, todos os dias. O processo     é bastante simples. "Basta ferver água suficiente para cobri-la,     desligar o fogo e colocar a esponja dentro, deixando-a de molho por, pelo     menos, cinco minutos", ensina o biomédico. Porém, mesmo assim, é     preciso trocá-la regularmente. "O intervalo máximo para a substituição     deve ser de um mês", diz a professora de Microbiologia Inneke Marie     Van Der Heijden.                        5 Estender o pano de prato úmido em cima da louça limpa       "Um simples paninho desses pode acumular um milhão de bactérias a mais     que uma tampa de vaso sanitário de banheiro público", alerta o     biomédico Roberto Figueiredo. Tudo isso porque, além de estar contaminado     por resíduos de alimentos, ele é muito manipulado durante o processo de     secagem da louça. "O ambiente úmido é perfeito para a proliferação de     micro-organismos.       No pano seco, as bactérias duram 24 horas. No úmido, 48 horas", avisa.     Soltas, ali pertinho dos utensílios domésticos, elas podem, sim,     infectá-los, chegando também aos alimentos. É o que os especialistas chamam     de "contaminação cruzada".       O que você precisa mudar: Descarte o pano de prato logo após o uso, deixando-o, de     preferência, numa solução de água sanitária diluída, até o momento de ser     lavado. E só volte a reutilizá-lo quando ele estiver seco.                   A     esponja de lavar louças é um verdadeiro hotel cinco estrelas para as     bactérias mais perigosas. Por isso, deve ser higienizada corretamente todos     os dias                        6 Deixar alimentos fora da geladeira       Quem nunca esqueceu a pizza no forno, de um dia para o outro? Por mais inocente     que pareça, a mania de deixar a comida da família à temperatura ambiente     pode resultar em quadros de intoxicação, com sintomas como diarreia, vômito     e febre.       "Ouço muitas pessoas dizerem que não colocam nada quente na geladeira,     para não estragar o eletrodoméstico. Mas, agindo assim, prejudicam algo     muito mais valioso: a própria saúde", alerta Roberto Figueiredo. Ele     garante que nenhum tipo de alimento deve ficar exposto, sem refrigeração,     por mais de duas horas. Segundo o infectologista Paulo Olzon Monteiro da     Silva, professor de Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo     (Unifesp), o descuido com o acondicionamento da comida é a principal causa     de doenças no ambiente doméstico.                  O que você precisa mudar: Além de guardar os     alimentos na geladeira, logo após o consumo, é importante que estejam em     potes destampados. "O vento gelado fabricado pelo refrigerador tem a     função de roubar o calor do alimento. Porém, a tampa funciona como uma     barreira. O alimento fica numa espécie de estufa, e continuará quente por     muito tempo. Nessa situação, a multiplicação das bactérias ocorrerá da     mesma forma", diz Figueiredo. Então, a dica é tampar os alimentos duas     horas após tê-los levado à geladeira.                                  |         Outras atitudes que       você deve evitar                Assoprar o bolo de       aniversário - Pode até ser uma tradição, mas,       segundo os especialistas, a saliva chega a contaminar o alimento,       transmitindo bactérias responsáveis por intoxicações alimentares       geradoras de quadros de náusea e vômito.         Retirar a formiga do açucareiro e utilizar o açúcar - "Tem até quem coma a       formiga, dizendo que faz bem para a vista! Mas a verdade é que elas são       um meio de transporte das bactérias: do lixo, ou do chão, até os       alimentos. Podem provocar todos os tipos de intoxicação alimentar",       explica Figueiredo.         Apertar a descarga com a tampa do vaso aberta - As bactérias que sobem com a       pressão da água podem ficar rodando no banheiro por até duas horas,       contaminando toalhas e até a escova de dentes, se ela estiver próxima,       sobre a pia.         Não limpar os filtros de água - Não adianta usar um aparelho para eliminar os       resíduos da água se ele próprio não estiver esterilizado. O líquido é       facilmente contaminado, e pode provocar intoxicações. Filtros de barro       precisam ser lavados semanalmente, com água e sabão. Já os de material       sintético devem ser limpos de acordo com o prazo indicado pelo       fabricante.                 |                               7 Usar utensílios     de madeira       Com o tempo, vão aparecendo fissuras nas colheres e tábuas, e é ali que as     bactérias se instalam. "É impossível fazer a higienização correta     desse material. Os micro-organismos grudam na madeira, e não são eliminados     nem sob o sol, nem com água sanitária", diz Figueiredo. "A tábua,     por exemplo, fica com resíduos de alimentos. E normalmente está úmida, é     mais difícil de secar. Ou seja, o meio dá as condições ideais para que as     bactérias proliferem", afirma Olzon.                        O que você precisa mudar: Use talheres de alumínio, e tábuas de vidro para cortar     os alimentos. "As tábuas de plástico não seguram a umidade, mas também     apresentam fissuras com o tempo de uso. As de vidro são as melhores, pois     não permitem a penetração de micro-organismos. Além disso, são as mais     fáceis de limpar", explica Inneke Heijden.                        Fonte: Revista mais saúde              |